Lindolfo, aos 95 anos, recita acontecimentos do passado
Para mim, aquele arrepio que eu sentia era uma orientação de Deus de que iria trabalhar com isso. Para ver como a vida tem um sentido. Comecei na área e não saí mais. Paguei minhas dívidas com isso revela Aldo.
Ele aprendeu sozinho a esculpir anjos e o rosto de cristo, todos de cimento, resina e cola. Continuou seu trabalho artístico mesmo quando assumiu a função de coveiro no Cemitério Municipal. Lá, conquistou ainda mais clientes, divulgando sua arte. Sensível, seguiu arrepiando-se a cada sepultamento.
Nenhum enterro é igual a outro conclui.
Pista de manobras para bicicleta é a única de Santa Maria
Mas a obra de Aldo não se limita aos campos santos. Para quem não sabe, são dele alguns dos enfeites do finado Parque Oásis, em Itaara, como o anão e o saci. Os ETs e a réplica do disco voador do Museu Internacional de Ufologia, na mesma cidade, também. Para o Exército, esculpiu uma pantera negra. Além disso, bancos de praça, vasos, sapos, anões, brancas de neve e fontes d' água surgidos de suas mãos adornam muitos jardins santa-marienses há décadas. Aldo também faz restaurações.
Tenho clientes em várias cidades da região. Um indica para o outro. O cliente pede, eu faço. Hoje, meu sustento é mesclado entre esculturas para cemitério e para outros fins conta o escultor, que usa desenhos e fotografias como modelo.
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Nascido em São Pedro do Sul, mas registrado aos seis anos de idade em São Luiz Gonzaga, o escultor mudou-se para Santa Maria na pré-adolescência. Aldo tem três filhos e mora no atelier desde que se separou da esposa, há dez anos. Da juventude, mantém o mesmo estilo de cabelo, sucesso na década de 1970. Apreciador de uma conversa longa, o escultor registra os principais acontecimentos do dia em folhas avulsas, antes de dormir. "